Iluminância, contraste e percepção da iluminação em escolas no clima tropical

Em ambientes de ensino, a iluminação inadequada pode resultar na redução da concentração e em dificuldades de aprendizado. Considerando que o desconforto visual gera prejuízos na execução de atividades, este artigo objetiva uma análise a partir da percepção da iluminação pelos alunos em diferentes posições em salas de aula. Foram investigadas seis salas de aula em três escolas municipais, localizadas no clima tropical quente e úmido. Dados de iluminância e contraste no campo visual, obtidos a partir de simulações computacionais utilizando o programa Apolux IV, foram correlacionados com dados obtidos em campo, especialmente de aplicação de questionários, que resultaram em uma amostra com 95 crianças entrevistadas. A análise estatística, a partir de Modelos Lineares Generalizados, comprovou significância entre a percepção dos alunos em relação à iluminação e variáveis associadas à probabilidade de ofuscamento, especialmente o contraste no campo visual (foco x ergorama), a iluminância na carteira dos alunos e no quadro das salas de aula. Apesar das escolas adotarem um projeto padrão, as orientações espaciais são distintas, fato que resultou em diferenças no desempenho da iluminação natural. Na escola C, com salas de aula com orientação noroeste e sudeste, foi observada uma maior ocorrência de iluminâncias no intervalo acima de 2000 lux, valor associado à maior probabilidade de desconforto visual.