A arquitetura dos edifícios hospitalares e seu impacto na dinâmica de fluxos de usuários

Os hospitais são considerados uma das instituições mais complexas da sociedade contemporânea devido às inúmeras funções que comportam e às constantes transformações físicas, organizacionais e operacionais que experimentam. Nesse sentido, os edifícios hospitalares demandam projetos sistematicamente desenvolvidos, prezando pela funcionalidade, segurança, flexibilidade e qualidade de seus espaços. Destacam-se a correta setorização das unidades funcionais e o planejamento adequado do sistema de circulação que contribua para a eficiência no atendimento e para a satisfação de seus usuários. Na dinâmica hospitalar, o fluxo é um dos condicionantes de maior impacto e há uma relação de interdependência entre setorização, fluxo e organização funcional. Apesar dos esforços aplicados à análise dos fluxos em pesquisas sobre arquitetura hospitalar, poucas são aquelas que explicitam o mapeamento das inter-relações que influenciam sua dinâmica e, tampouco, associam métodos quantitativos de análise que corroboram os argumentos projetuais. Essa pesquisa tem como objetivo compreender as relações estabelecidas entre a forma arquitetônica, a organização funcional e a dinâmica dos fluxos no interior dos hospitais. Foram selecionados para análise três hospitais projetados por Jarbas Karman, distintos em sua tipologia e complexidade formal. O método inclui a análise da linguagem arquitetônica e análise sintática a partir das métricas da teoria da sintaxe espacial. Dentre os resultados, destacaram-se a estreita relação entre a dinâmica do movimento e a tipologia do edifício hospitalar, a baixa inteligibilidade do sistema espacial e maior controle de cruzamento de fluxos indesejáveis em hospitais que possuem eixos de circulação separados de acordo com a funcionalidade.